A.A.V. - Capítulo 4

        -Prepare se, “Não interessa”. Este será o último golpe que irá receber. Depois disso irá acordar na cidade...

         -“Nem a pau, Juvenal”! Acha que vou deixar você me matar!?



         To com pouca energia e ainda não acertei um único golpe nele! Malditas plantas!



         -“Grande vida fluente que passa por estes corpos verdes... Dê a eles movimentos...”



         Outra cantiga? O que vem agora?



         -*“Great Ent”! (*Grande Ent!)



         A árvore se mexeu! Ela tem rosto! E pés também!!!



         -“Não interessa”, receba a sua punição. *“Ent Fall”! (*Queda do Ent!)



         Ai caralho!!! Ele vai dar “montinho” em mim!? Fudeu!!! O bicho é igual a uma sequóia!!! Vou morrer esmagado!!!



         -*“Santa Barrier!” (*Barreira Santa!)



         Uma barreira me protegeu!? Quem fez isso!? Ah! Otakumoto!



         -Yuukio-kun! Você está muito ferido!

         -O que faz aqui, Otakumoto?

         -Estava preocupada porque você não voltava...



         Otakumoto parecia ofegante... Deve ter corrido muito até aqui.



         -Hum... Sua namorada?

         -Fique quieto, elfo bisbilhoteiro!



         O elfo parecia estar observando a Otakumoto de baixo pra cima.



         -Você... é uma *“Sacer”, certo? (*gíria pra sacerdotisa)

         -Sim.



         O elfo sorriu e virou as costas pra gente.



         -Este garoto precisa de ajuda, então, como uma boa serva de Deus, leve-o daqui. A floresta não está gostando da presença dele.

         -Está bem.

         -Ei! Como assim!? Otakumoto!



         Ela me empurrou por um caminho. Saímos da floresta calados. Assim que saímos perguntei.



         -Por que me ajudou?

         -“Por quê”?



         Ela abaixou a cabeça um instante e voltou logo pra minha direção respondendo.



         -Porque você é meu amigo... Meu primeiro amigo...

         -Primeiro... amigo?



         Como posso ser seu primeiro amigo? Pelo que ouvi falar dela é que é mais ou menos rica e vai naquelas festas de ricos... Como isso é possível? Ela tem mais contato social do que eu...



         -Você não acredita em mim, né?

         -Claro que não. Você não vai nas festas de ricos? Não conversa com os outros?



         Ela moveu a cabeça negando que conversava com outros.



         -E-Eu sempre fui distanciada pelos outros nessas festas... Eles me vêem como uma Otaku, nada mais... Ninguém se aproxima de mim por preconceito.



         Ricos metidos... Mais gente que odeio.



         -Aqui na escola também... Os outros não se aproximam de mim. Mas você foi diferente. Conversou comigo.



         Ta certo, eu também sinto um certo preconceito contra Otakus, mas não tão forte assim. Fiquei quieto.



         -Está na hora de sairmos do jogo por hoje. Vamos jogar amanhã também?



         Não sei o que deu em mim, mas afirmei que viria. Era a primeira vez que sentia algo diferente ao afirmar que viria...